Ritual Político
Em tua boca
A maldição habita
Enganos e opressão
Residem em teu coração
Olhos que espreitam nas trevas
Emboscadas sórdidas
Rastejas em becos escuros
Imundos teus órgãos
Sementes de incautos
Opressor dos desamparados
Maldito seja!
Ferir-te-ei
Com dores de iniqüidade
Da malicia que concebestes
Sofrerás escárnio
Abrirei uma cova profunda
Lançar-te-ei neste poço
Alcova do mundo
Que cavei – sete palmos!
Do mesmo modo que concebeste
Malícia em teus lábios enganosos
Acima de ti
Amontoarei teus tesouros
Fá-los-ei destroços
Habitarás em profundo abismo
Enterrarei teus ossos!
Nem os vermes hão de te querer
Em desespero, ver-te-ei
A se debater
Fugirão de ti até os micróbios
Nem no fundo da terra
Há seres que desejem
Comer-te
Que ironia
Aposta que com esta
Você não contaria
Mas a Criação é perfeita...
Nem verme deseja teu cerne!
Rose de Castro
Escritor, Ghost Writer e Poeta
