quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

MORFEMA PRESO

A solidão me corrói
E a noite cai
Está tudo repleto de advérbios
E adjetivos
No dicionário mudo

Não me detenho ao verbo
Prosto-me
Perante o coração
O sufixo imita a razão:
Mente
Dominadamente
Dominada a mente
Que não entende
Porque o coração sente
E as mãos: tremem

O coração ressente
Em sensação presente
Inspiro profundamente
Não há palavra que agüente
Não há lágrimas ardentes
Sem classificação
Que se apresente

Sem deleite
Fatidicamente
Volto ao final

Apenas um desejo
Que se unam adjetivo e advérbio
Sufixo e prefixo
Que nada...
Tudo fica rasgado
No véu das palavras
De-form-ado

Conformado
O morfema fica preso
Desalento
Meu final...

Rose de Castro
A ‘POETA’

Um comentário:

O Amor disse...

Rose, boa noite.

Parabéns. Vejo que seu blog é novo e se volta à poesia engajada. Toda poesia é importante. Mas a poesia social é mais abrangente, já que, esquecendo os anseios individuais do autor, tenta representar os gritos das pessoas e das coisas que não têm voz. Isso é fazer da poesia algo muito maior.

Felicidade pra você,... hoje e sempre.

Um abraço!

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